Modelo foi usado em desfile na semana da moda em Nova York. Animação também é ativada usando sensores de movimento.
Se arrepender do visual e poder mudar a cor ou estampa da sua roupa apenas com um toque: é isso que faz o vestido digital que participou das passarelas da semana da moda de Nova York, que aconteceu de 9 a 14 de fevereiro.
O vestido foi lançado em outubro do ano passado pela Adobe, dona do Photoshop.
Na primeira apresentação do vestido, Christine Dierk, uma das desenvolvedoras da tecnologia, mostrou como as animações são acionadas. Além de um botão que ativa as mudanças no vestido, ele também possui um modo que conta com sensores embutidos, permitindo que a projeção se adapte ao movimento do usuário sem nenhum comando.
Para as passarelas, houve ainda uma novidade: a imagem projetada pode ficar repetindo em looping, poupando o usuário de gerenciar a animação enquanto caminha.
E não para por aí: as telas, que foram costuradas primeiramente apenas na frente do vestido, agora já podem ser usadas em uma versão 360°, ou seja, também atrás.
Para conseguir mudar de cor, o vestido possui mais de mil pétalas em forma de lantejoulas, costuradas à mão e conectadas como telas em miniaturas, para a projeção em conjunto.
Como o vestido foi desenvolvido?
O modelo que desfilou, desenhado por Christian Cowan, é uma evolução do vestido do projeto Primrose, desenvolvido pelos cientistas da empresa, o engenheiro pesquisador TJ Rhodes, a pesquisadora Christine Dierk e o vice-presidente, membro e chefe de pesquisa da Adobe Gavin Miller.
O maior desafio para Miller e Rhodes foi a criação de eletrônicos adequados para roupas, que tivesse como característica ser leve, flexível, durável e seguro para a pele.
Miller, que já tinha experiência em robótica, explica que o vestido é como uma versão gigante dos circuitos que ela usa em robôs. “Tivemos que usar materiais especiais para janelas inteligentes e projetar a lógica dos interruptores em um chip que fosse fino, flexível e robusto o suficiente para funcionar”, disse Miller em divulgação da Adobe.
A equipe teve ainda que criar uma tela 2D para testar o circuito considerando dobras e flexões, uma vez que a pessoa que usa o vestido irá se mexer.
Depois, foi criada ainda uma bolsa, antes de retomarem os testes em vestido.